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[LEIA ATÉ O FIM]
Com notícias urgentes e atemporais, insignificantes e indispensáveis, o jornal das miudezas é um convite ao encantamento e espanto diante de tudo que é pequeno. O jornal conta com seções como "reportagem", "erramos" e "breve entrevista", além de correspondentes que relatam cenas cotidianas para esticar nossa percepção. É um jornal pra nos lembrar que não dá para buscar miudezas, mas apenas ser encontrado por elas. Para nos lembrar que o respeito pelas miudezas tornaria o cuidado com as grandezas uma consequência natural. Para nos lembrar que o parto da primeira bolinha de gude foi uma festa.
 
ATENÇÃO: ESSA NÃO É A ASSINATURA DO JORNAL DAS MIUDEZAS, somente conta com as edições 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15. E NÃO CONTÉM AS EDIÇÕES 1 e 6.
 
A edição número 3 pode ir com pequenas imperfeições que não comprometem a leitura.
 
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2018, 2019, 2020, 2021 e 2022
4 páginas
Tamanho: 38 x 27,6 cm
Papel jornal 45g
Texto André Gravatá
Projeto gráfico Serena Labate
Conselho editorial e revisão: Aline Oliveira, Elidia Novaes e Luis Ludmer
Correspondentes diferentes a cada edição
 
EDIÇÃO 2
2019
a viagem em volta da coisa que não para e a coragem urgente. rebuliço que vale a pena. perdão aos desconhecidos. complô para um trote poético.
 
EDIÇÃO 3
2019
não tirar o cavalo da chuva. o encontro com a mosca dourada e um passeio veemente. a caminhada interrompida pela radicalidade e o sol das malangas.
 
EDIÇÃO 4
2019
um dia e mil temporais no ano novo. na roda de leitura de pessoas: uma pessoa é um povo. o amendoim recém-colhido e bruto. o cafuné na escadaria, possível de se ver lá de saturno.
 
EDIÇÃO 5
2019
escândalo na sorveteria. o dom do arrepio. as palavras precisam de medusa. não desobedecer ao impulso. os limiares do corpo e os encontros que nunca serão esquecidos.
 
EDIÇÃO 7
2020
adubo para as plantas dos pés. a teimosia de quem pula o muro. a colher que mistura as águas do corpo. como se solta um pássaro nascido numa gaiola sem porta.
 
EDIÇÃO 9
2020
as margens do seu suor. a autorização em todo território nacional. o direito de afirmar nosso querer e o alerta da companhia de saneamento. um dardo lançado num sonho.
 
EDIÇÃO 10
2021
o véu caído, o céu caído. a chance de revelar na terra uma fotografia da história. a hora sem rumo para onde correr. um caso de amor entre o chão e as pernas.
 
EDIÇÃO 11
2021
retire o pó do ouvido. olhe por onde pássaro. prova sem gabarito de atualidades ao relento. perca tempo com poetas.
 
EDIÇÃO 12
2021
a firmeza da asa. diferença entre olhos que ardem num dia de sol e olhos que ardem num dia de fim. aluga-se casulo com apenas o necessário para a metamorfose.
 
EDIÇÃO 13
2021
temde tudo neste mundo e ainda sobra. falei tanto e não te contei nem um fiapo. embarque e desembarque de passageiros em qualquer verso do poema.
 
EDIÇÃO 14
2022
poesia é cerol. não planejar os próximos passos. observadores de rachaduras em grandes prédios e observadores da poeira. 1ª mostra de cinema sem telas.
 
EDIÇÃO 15
2022
toda palavra deixa rastro. comer o mundo pelas beiradas. cento e dez feixes de memória. tudo aquilo que em nós canta oculto.
 
EDIÇÃO 16
2022
o país está inundado por temporais de palavras. você nota quando um poema tenta causar deslocamento no seu caminho? a palavra que não comparece não aceita caber em frase por rebeldia.
 
EDIÇÃO 17
2022
obrigado, obrigado por confiar na palavra em perigo. quanto mais me percorro mais chego até você. entender de pulsação de palavra sem usar o estetoscópio é ofício de poeta.